sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Choro em pênalti e apelido de Avatar; conheça novo xodó do Sport

Mesmo em bom momento, Saulo descarta tomar a vaga de Magrão no Sport. Foto: Eduardo Amorim/Brisa Comunicação e Arte – Especial para o TerraNascido em Piranhas (Alagoas), o goleiro Saulo Araújo Fontes apareceu pela primeira vez ao ser convocado para o Mundial Sub-20, realizado no Egito, em que o Brasil ficou com o vice-campeonato perdendo para Gana nos pênaltis. Em 2011, o Sport vinha mal na tentativa do hexacampeonato pernambucano e ele fez um gol de cabeça, no fim da partida contra o Vitória, que terminou 2 a 1. Na comemoração, se contundiu e passou sete meses se recuperando da ruptura dos ligamentos cruzados do joelho direito.
O Sport acabou perdendo o título inédito. Saulo passou um ano e sete meses para ter nova oportunidade como titular. Paciente, voltou ao Sport em outro momento de crise, e em seis partidas vestindo a camisa 87, ele ajudou sua equipe a não sofrer nenhuma derrota. Foram quatro vitórias e apenas dois empates. Já se tornou uma peça fundamental no time e um dos personagens deste Brasileiro, especialmente depois de pegar um pênalti na partida contra o Atlético-GO, que terminou com vitória por 1 a 0 e deixou os pernambucanos a apenas três pontos de sair da zona do rebaixamento.
Mesmo com a empolgação da torcida, que já defende a permanência do prata de casa como titular, ele defende a volta do titular Magrão, assim que se recuperar, e que o experiente goleiro também entre em uma sequência boa como a dele. A humildade de Saulo, que sonha em defender a Seleção principal, foi exposta para o Brasil quando ele chorou após defender o pênalti na rodada passada.
Por ter 1,95m de altura e muita agilidade, o goleiro ficou conhecido como "Avatar", personagem do filme de James Cameron, pela torcida. Apesar de religioso, ele passou por uma polêmica recente após ser veiculado na internet um vídeo de sexo em que Saulo aparece em cenas quentes com uma garota.
O jogador ignora este assunto e prefere ressaltar que o sucesso profissional tem outros motivos. A reportagem do Terra conversou com o goleiro, para saber mais da vida do jovem arqueiro.
Confira a entrevista com Saulo:
Terra - Como foi seu início de carreira? Você começou a aparecer para o Brasil ao ser convocado para o Mundial Sub-20, em 2009. Mas como foi sua chegada ao Sport e a sua formação?
Saulo - Cheguei para o Sport em 2006, para jogar no juvenil. O Sport me comprou do Coritiba de Itabaiana (Sergipe). Era muito novo, saí de casa, minha mãe saiu chorando, porque eu saí de casa e vim pra cá. Desde 16 anos comecei aqui, com 17 anos me subiram. Nos juniores, graças a Deus fui abençoado no Brasileiro Sub-20, porque ali eu apareci pegando os pênaltis e dali fui pra Seleção. E depois tive uma oportunidade no profissional em 2010, comecei a jogar e ali já tive uma grande sequência de jogos depois. E agora na Série A, Deus está me abençoando nos jogos.
Terra - Qual a importância de ter tido essa passagem pela Seleção Sub-20 no teu crescimento profissional? (Saulo era reserva no Mundial e Rafael fez duas defesas na decisão por pênaltis contra Gana, que terminou em derrota por 4 a 3)
Saulo - Primeiramente, eu não acreditei quando fui para a Seleção. Agradeci a Deus, era um sonho de criança. Sempre imaginava estar jogando pelo Brasil. Não foi a principal, mas foi a base e um dia eu quero chegar na Seleção principal. Ali foi uma grande experiência pra mim. Na Granja (Comary), onde passaram grandes goleiros e também outros jogadores. Estar ali no quarto com os caras. E hoje quando vejo o Oscar, grandes jogadores como o Lucas, Neymar. Joguei com eles... Treinei com eles, lá. E tenho de agradecer a Deus pela experiência que eu tive ali.
Terra - Você chegou a jogar com Lucas na Seleção Sub-20? Mantém algum contato com ele?
Saulo - Não. Eu acho que não cheguei a pegá-lo. Porque o Lucas é mais novo que eu. Tem dois anos a menos, então a gente não jogou na mesma Seleção. Mas eu conheço ele muito bem, dos jogos que eu vejo. E só espero não sair levando gol do jogo contra o São Paulo (no próximo sábado).
Terra - Depois da experiência no Mundial Sub-20, você ficou aqui no Sport e na maioria do tempo como reserva de Magrão. Acredito que ele seja uma grande referência na tua carreira...
Saulo - Magrão é um grande amigo meu fora e dentro de campo. Somos muitos amigos e temos um respeito muito grande um pelo outro. Eu tenho ele como um espelho pra mim. É um cara que me ajuda muito dentro de campo e fora. Que me ajudou desde que comecei a jogar aqui, me ajudava com luvas... Tudo. Um cara que eu tenho muito respeito mesmo pela humildade que ele tem. Um cara exemplar demais, trabalhador. Eu me espelho nele e acho que Magrão é um ídolo da torcida, e um ídolo meu também. E agradeço muito a Deus por ter ele na minha frente.
Terra - Mas como estão sendo os encontros depois desses seis jogos sem derrotas. Você chegou a ter alguma conversa com o Magrão?
Saulo - Sempre quando acaba o jogo ou antes da partida, ele vem me orientar. Falar assim: "boa sorte, tenha calma, tudo vai dar certo". E acaba o jogo e ele vem aqui me dar os parabéns. É um cara que a gente tem uma amizade muito grande. Eu tenho um respeito muito grande. E que só tenho a agradecer a Deus, porque eu só tenho a crescer com ele na minha frente.
Terra - Você não estava no mesmo ritmo nos primeiros jogos deste Brasileiro, como foi para pegar ritmo e quem te apoiou no período todo de contusão? 
Saulo -Tive muito apoio dos médicos e fisioterapeutas: Jairo, Ernesto. Os doutores. Estavam todos junto comigo. Foi uma experiência boa e ruim ao mesmo tempo. Fiquei muito tempo parado sem jogar. Mas eu acho que foi muito boa para mudar a minha cabeça a contusão. E graças a Deus eu voltei. Antes do jogo, um ano e sete meses sem jogar... Fiquei muito tenso. Mas deu tudo certo no jogo contra o Cruzeiro, deu para fazer uma defesa no final. E agora só manter a sequência de jogos, esperando a volta do Magrão e torcendo para que ele volte logo da contusão dele. Para a gente estar juntos e ajudar o Sport.
Terra - No jogo contra o Coritiba, a torcida chegou a pedir para você ir tentar a cabeçada. Queria saber o que passou na sua cabeça naquele momento, se teve uma lembrança daquele gol que você fez no Pernambucano de 2011.
Saulo - No jogo contra o Coritiba, no finalzinho, a galera pediu para eu ir para a área de novo. Veio tudo na minha cabeça de novo. Fazer o gol e machucar... Mas veio na hora que se for para ajudar, que Deus me ilumine para fazer o gol... Só fui para área para ajudar meus companheiros mesmo. A torcida pede e eu tenho um carinho muito grande pela torcida. Mas ali acho que se saísse outro gol, eu ficaria paradinho, quietinho no meu canto, não ia comemorar não. Mas, fomos abençoados com o pênalti e Gilberto fez aquele gol e conseguimos os três pontos, que eram muito importantes pra gente naquela hora.
Terra - Você chegou a chorar após a defesa do pênalti na partida contra o Atlético-GO. Foi um dos momentos mais importantes da sua carreira juntamente com o gol marcado na partida contra o Vitória (PE)?
Saulo - Acho que o gol e a defesa do pênalti, pela importância do jogo, a gente na zona do rebaixamento, precisando dos três pontos de todo jeito... Então ali me emocionei porque pedi a Deus para pegar aquele pênalti e fui iluminado.
Terra - Alguma preocupação específica contra o São Paulo, que é o adversário do próximo fim de semana? 
Saulo - Todo o elenco do São Paulo é muito bom. É um jogo muito difícil para a gente. Todo mundo ali, tem que ser muito bom para estar no São Paulo. Se der para manter bem na defesa ali, na garra e na humildade, com o apoio da nossa torcida na Ilha do Retiro, vamos procurar sair sem levar gols.
Terra - Entre vocês jogadores, já não está uma brincadeira, por conta dos seis jogos sem derrotas... Acha que vai ser difícil para o Magrão voltar?
Saulo: Eu tenho um respeito muito grande por ele. O elenco tem um respeito muito grande por ele. É uma sequência, a boa fase, que a gente está passando agora e eu estou passando. E tenho que agradecer muito a Deus por isso. Mas eu acho que o Magrão quando voltar vai arrebentar também e ter uma sequência de jogos, como ele sempre teve aqui no Sport.

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